terça-feira, 24 de junho de 2008

E por falar em saudade

E por falar em saudade, hoje a proposito de nada em particular, lembrei-me do meu querido professor Dragomir Knapic.
E google… soube então que tinha partido há mais de dois anos, e que era conhecido como grande autor de manuais de geografia.
Ela não foi propriamente meu professor de geografia, mas de geografia turística, que não era mais que história de Portugal dada geograficamente ao invés de cronologicamente.
E que dizer deste professor maravilhoso, que mais do que ensinar com amor esta disciplina , ensinava a amar a vida e a respeita-la.
Homem discreto, com um sentido de humor incrível. No meio da aula dava achegas:
“ devem atirar um casaco que custou cem contos como se tivesse custado 500 escudos, e um de 500 escudos como se tivesse custado cem contos” “ meninas se o vosso namorado/marido de repente vos oferecer flores sem motivo aparente, desconfiem”.
Como não adorar um professor assim, que transformava uma aula num deleite de humor e saber.
O gosto que tenho pela história, devo-o a ele, pois ensinou-me que os nossos antepassados eram pessoas cheias de defeitos como nós, e completamente loucos, mas ao mesmo tempo capazes de gestos maravilhosos e grandiosos. A ele devo também a crença que tenho, que o futuro nos pertence, e que o passado é apenas passado. E que dormir á sombra dos louros é um grande desperdício de capacidades.
Guardo religiosamente todos os apontamentos das suas aulas, ainda os consulto para dar explicações ao meu filho mais velho, são parte da herança do professor Knapic.
A última vez que o vi foi em 1983, e é engraçado, como me lembro bem do seu rosto e do seu sorriso tímido.
Só me resta agradecer, e esperar que todos os herdeiros do seu trabalho e esforço, façam uso da herança deste Professor (como gostava de ser chamado).
Bem haja Professor Dragomir Knapic. Tenho saudades e optimas lembranças.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

escolher

Aqui há já algum tempo, ouvi num programa uma frase que me deixou completamente á toa.
“As mulheres têm a vida amorosa que querem ter”
Aquilo deixou-me a pensar…
Espera lá! A escolha é nossa??? A miserabilidade, o cansaço, a tristeza, o desespero, a monotonia etc. etc. etc. A escolha é nossa???
Não posso acreditar, que escolhemos a desdita ao invés da felicidade suprema.
Mas, os pensamentos são como as cerejas, quando começam parece que não param.
Tentei analisar:
Que raio de escolhas faremos para estar onde estamos (não se trata de estar miserável, mas apenas… enfim, uns dias melhor outros pior).
Bem, sem dúvida que temos escolha.
Vejamos:
Podemos escolher entre um marido/ ou outro que chega a casa e se senta no sofá derreado ou preparar uma recepção que não permita que ele se chegue a sentar e que fique derreado depois.
Podemos escolher entre um homem mal-humorado e antipático ou entre um bem-humorado e simpático.
Podemos até escolher mudar de vez enquanto, o que é facto, é que a escolha é nossa.
Estamos aonde estamos por querer e mais nada. Então o que é que nos impede de agarrar a nossa vida pelos cornos e mudar???
Ah! Agora toquei na ferida, Não foi? Pois é, é o medo! Medo de escolher mal, de trocar a merda pela porcaria, medo de não merecer mais, medo da própria mudança.
Não é preciso mudar de marido (ou outro) é preciso mudar de atitude.
Eu quero, eu posso, eu sou. Atrevam-se, desafiem, percam o medo, quem ganha são vocês, mais ninguém.
A escolha é nossa, e só para começar é bom saber isso.
Então, escolham bem, escolham hoje.

terça-feira, 3 de junho de 2008

bichos

A expressão, quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais é muito dúbia.
Sim, porque os homens/mulheres, minha gente, são animais, não no sentido pejorativo, mas no sentido lato. Somos todos animais. Racionais se quiserem, (tenho dúvidas) mas animais.
Seremos assim tão beras???
Não me refiro a casos extremos, tais como serial killers e afins, mas às pessoas ditas normais.
…De génio e louco, todos nós temos um pouco… Nada mais verdadeiro, exceptuando os tais casos extremos, todos temos bom e mau. A maior parte das pessoas não chega a conhecer o seu lado horrível, pois nunca é colocada em situações extremas onde esse lado teria oportunidade de se revelar. Mas…
Imaginem-se numa situação em são postas à prova todas as vossas crenças, ideais etc.
Qual seria a reacção???
Fria, calculista, madura? Hum…
Se no dia a dia as nossas reacções, mesmo daqueles que se julgam conhecer muito bem, são imprevisíveis…
Somos bichos e como tal os nossos instintos de preservação e sobrevivência estão sempre (ou deviam estar) alerta, daí que não nos podemos admirar se nos comparam com: cabras, cães etc. e tal. Embora eu tenha a certeza que os comportamentos que suscitam tais epitáfios, não são típicos dos tais bicharocos. Ou pelo menos acompanhados do palavreado habitual.
Bichos sim, com muita honra, tentando melhorar se for possível, mas na selva em que vivemos, já é uma sorte se não formos o lanche de alguém…