sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Isto é para ti

Isto é para ti, que estás aí sentadinho à espera.
Levanta-te, lava a cara, põe a roupa nova, ou mesmo a velha, desde que seja a mais bonita, e sai.
Sai, e vem. Vem ver, que o dia amanheceu e tu não estavas aqui, perdeste o nascer do sol. Vem ver, que enquanto dormias acabaram de construir aquela ponte, as crianças já aprenderam a letra I e a F, e já sabem saltar à corda.
Perdeste quase uma vida inteira, e para quê? Estiveste à espera, à espera que a vida acontecesse.
Sabes uma coisa? Aconteceu.

Incomparável

Todos nós somos seres únicos, incomparáveis...
Acreditam nisso? Eu também.
Então por que raio caímos nós na tentação de comparar?
Começamos normalmente por compararmo-nos com outros que nada têm a ver connosco. Desde situações financeiras, fisicamente, etc. etc.
Masoquismo? Talvez?
Comparamos os nossos filhos, os maridos, os ex, os futuros, os passados, os presentes, isto e aquilo.
Pura perda de tempo, como comparar o incomparável?
Todos, todos nós somos únicos, todos somos diferentes, não importa os paralelismos, semelhanças, nem mais, nem menos, somos o que somos.
Somos seres perfeitamente imperfeitos, somos perfeitamente incomparáveis.
Comparativamente é claro....

terça-feira, 24 de junho de 2008

E por falar em saudade

E por falar em saudade, hoje a proposito de nada em particular, lembrei-me do meu querido professor Dragomir Knapic.
E google… soube então que tinha partido há mais de dois anos, e que era conhecido como grande autor de manuais de geografia.
Ela não foi propriamente meu professor de geografia, mas de geografia turística, que não era mais que história de Portugal dada geograficamente ao invés de cronologicamente.
E que dizer deste professor maravilhoso, que mais do que ensinar com amor esta disciplina , ensinava a amar a vida e a respeita-la.
Homem discreto, com um sentido de humor incrível. No meio da aula dava achegas:
“ devem atirar um casaco que custou cem contos como se tivesse custado 500 escudos, e um de 500 escudos como se tivesse custado cem contos” “ meninas se o vosso namorado/marido de repente vos oferecer flores sem motivo aparente, desconfiem”.
Como não adorar um professor assim, que transformava uma aula num deleite de humor e saber.
O gosto que tenho pela história, devo-o a ele, pois ensinou-me que os nossos antepassados eram pessoas cheias de defeitos como nós, e completamente loucos, mas ao mesmo tempo capazes de gestos maravilhosos e grandiosos. A ele devo também a crença que tenho, que o futuro nos pertence, e que o passado é apenas passado. E que dormir á sombra dos louros é um grande desperdício de capacidades.
Guardo religiosamente todos os apontamentos das suas aulas, ainda os consulto para dar explicações ao meu filho mais velho, são parte da herança do professor Knapic.
A última vez que o vi foi em 1983, e é engraçado, como me lembro bem do seu rosto e do seu sorriso tímido.
Só me resta agradecer, e esperar que todos os herdeiros do seu trabalho e esforço, façam uso da herança deste Professor (como gostava de ser chamado).
Bem haja Professor Dragomir Knapic. Tenho saudades e optimas lembranças.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

escolher

Aqui há já algum tempo, ouvi num programa uma frase que me deixou completamente á toa.
“As mulheres têm a vida amorosa que querem ter”
Aquilo deixou-me a pensar…
Espera lá! A escolha é nossa??? A miserabilidade, o cansaço, a tristeza, o desespero, a monotonia etc. etc. etc. A escolha é nossa???
Não posso acreditar, que escolhemos a desdita ao invés da felicidade suprema.
Mas, os pensamentos são como as cerejas, quando começam parece que não param.
Tentei analisar:
Que raio de escolhas faremos para estar onde estamos (não se trata de estar miserável, mas apenas… enfim, uns dias melhor outros pior).
Bem, sem dúvida que temos escolha.
Vejamos:
Podemos escolher entre um marido/ ou outro que chega a casa e se senta no sofá derreado ou preparar uma recepção que não permita que ele se chegue a sentar e que fique derreado depois.
Podemos escolher entre um homem mal-humorado e antipático ou entre um bem-humorado e simpático.
Podemos até escolher mudar de vez enquanto, o que é facto, é que a escolha é nossa.
Estamos aonde estamos por querer e mais nada. Então o que é que nos impede de agarrar a nossa vida pelos cornos e mudar???
Ah! Agora toquei na ferida, Não foi? Pois é, é o medo! Medo de escolher mal, de trocar a merda pela porcaria, medo de não merecer mais, medo da própria mudança.
Não é preciso mudar de marido (ou outro) é preciso mudar de atitude.
Eu quero, eu posso, eu sou. Atrevam-se, desafiem, percam o medo, quem ganha são vocês, mais ninguém.
A escolha é nossa, e só para começar é bom saber isso.
Então, escolham bem, escolham hoje.

terça-feira, 3 de junho de 2008

bichos

A expressão, quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais é muito dúbia.
Sim, porque os homens/mulheres, minha gente, são animais, não no sentido pejorativo, mas no sentido lato. Somos todos animais. Racionais se quiserem, (tenho dúvidas) mas animais.
Seremos assim tão beras???
Não me refiro a casos extremos, tais como serial killers e afins, mas às pessoas ditas normais.
…De génio e louco, todos nós temos um pouco… Nada mais verdadeiro, exceptuando os tais casos extremos, todos temos bom e mau. A maior parte das pessoas não chega a conhecer o seu lado horrível, pois nunca é colocada em situações extremas onde esse lado teria oportunidade de se revelar. Mas…
Imaginem-se numa situação em são postas à prova todas as vossas crenças, ideais etc.
Qual seria a reacção???
Fria, calculista, madura? Hum…
Se no dia a dia as nossas reacções, mesmo daqueles que se julgam conhecer muito bem, são imprevisíveis…
Somos bichos e como tal os nossos instintos de preservação e sobrevivência estão sempre (ou deviam estar) alerta, daí que não nos podemos admirar se nos comparam com: cabras, cães etc. e tal. Embora eu tenha a certeza que os comportamentos que suscitam tais epitáfios, não são típicos dos tais bicharocos. Ou pelo menos acompanhados do palavreado habitual.
Bichos sim, com muita honra, tentando melhorar se for possível, mas na selva em que vivemos, já é uma sorte se não formos o lanche de alguém…

sábado, 31 de maio de 2008

O Sal

O amor e o mar.
Têm marés, ora baixa ora alta, agitação, tempestades, calmia, um sem número de paralelismos.
E o que fazer?
Manobrar, evitar, enfrentar.
Mas quando em período de calmia é necessário mais cuidado que nunca, pois as águas paradas estagnam e …
E a água evapora e apenas fica o sal, num pequeno monte, isto apenas se tivermos esse cuidado, de preparar uma salina. De outra forma perde-se nas marés da vida.
Um pequeno monte de sal não parece muito, de facto não parece nada. Mas, esse sal é tudo, é o sal da vida, sem ele a vida não acontece, pelo menos não é tão boa, é insonsa.
È necessário reservar o sal, mesmo que o mar pareça ter sumido…
È que amanhã pode chover, e lá voltam as marés…

quarta-feira, 23 de abril de 2008

tristeza não tem fim, felicidade sim

Este poema é lindo, não é? Mas não é verdade!
Em primeiro lugar tudo tem fim, nada é eterno, só o tempo…
E mesmo assim sei lá, quem me garante que o tempo é o mesmo da época dos dinossauros? Aposto que ainda não tinham pensado nisso!
Pois é, a tristeza é como tudo, dura o tempo (cá está ele, o malandro) que nós quisermos.
Pode durar uma vida, uma hora um segundo, mas termina, ai termina sim senhor.
Como é que não deixamos que a tristeza tome conta do tempo que nos pertence? Sim o nosso tempo é nosso, é como um apartamento, loja ou seja lá o que for, convém pagar atempadamente e nunca fazer hipotecas senão, o que é nosso passa a ser emprestado.
Primeiro analisemos a causa da tristeza:
1-O safardana deixou-me trocou-me por outra(o), e eu nunca mais irei gostar de alguém assim!
Ora bem, trocar e deixar é típico dos safardanas, é mais ou menos um modo de vida, fique triste oito dias aproximadamente, não pelo safardana a ter deixado, mas por se ter deixado enrolar, depois sinta alegria e não volte a deixar-se enrolar por safardana nenhum.
2- Sinto-me deprimida, estou mais gorda, estou mais velha, nem me apetece sair da cama.
Os médicos existem, depressão é uma doença, envelhecer faz parte, aparte disso depois de verificar que a sua saúde está bem muito obrigada, sente-se triste? Ok, chafurde bem na tristeza, rebole-se nela, queixe-se ao espelho, ás vizinhas, à família, ao raio que a parta. Faça tudo a que tem direito, 15 dias mais ou menos. No final, olhe-se ao espelho e pergunte-se se realmente não está cansada de tanta parvoeira, se o lamurio não começa a dar-lhe cabo dos ouvidos. Está farta, não está? Então olhe-se novamente ao espelho, mas com olhos de ver, viu a diferença? A velha gorda do outro lado foi-se embora, cansou-se, ficou a mulher lindíssima no lugar onde sempre esteve coberta pela tristeza.
3- Morreu, a pessoa a quem mais amei, não vou conseguir ultrapassar nunca este desgosto.
Nunca pense que as pessoas são substituíveis, não são, por e simplesmente gente e lâmpadas não são a mesma coisa. Perder alguém é uma dor horrível devastadora, e é uma tristeza enorme pensar que nunca mais vamos poder tocar-lhe ou falar-lhe.
Esta tristeza não pode ser contabilizada, mas pode ser revertida, leva tempo, mas lembrem-se que esse tempo é o nosso, não é eterno.
Ter amado alguém cuja perda, nos causa tanta dor é admirável, ter sido amado assim em retorno, não há palavras. Quantos se podem gabar de ter tido essa experiência?
Eu que já passei por ela, digo-vos, sinto uma enorme alegria em ter sido filha, neta, sobrinha, amiga destes seres incríveis e maravilhosos que povoaram a minha vida, o sofrimento que sentia quando falava deles transformou-se em riso, gargalhadas até, e pensar neles traz-me um sorriso aos lábios. Tristeza? Não. Saudade? Sim!

Tristeza tem fim pois.

ETs e Afins

À laia de nota introdutória, direi que passamos metade, ou mais de metade da nossa vida a engolir sapos, cobras e lagartos ou seja lá o que for. Em inúmeras situações temos de nos confrontar com o grotesco, o caricato, ou mesmo com o que julgaríamos impossível: Extraterrestres.
O que chamo de extra terrestres são aqueles seres que por um equívoco da natureza nasceram na terra, mas que por certo pertencem a algum lugar desconhecido, que nem mesmo pertencem às rotas imaginárias da melhor e pior ficção científica. Há uns anos atrás a minha profissão obrigava-me a um permanente contacto com gente de toda a espécie e feitio, e nesses encontros imediatos surgem com repetida frequência seres extraordinários (alguns até mesmo ordinários), sou uma pessoa que por ferver em pouca água me habituei a um exercício mental de controlo e de moderação pois não posso perder as estribeiras. Mas sinceramente, aonde está o respeito, a educação, a tolerância? Essa pergunta traz-me de volta aos extraterrestres, não são de cá, é a minha conclusão, não é possível. Que mãe terá gerado tais seres?
Entre acusações de espionagem, sim, já me acusaram de espiar a casa de alguém através de uma câmara de vídeo oculta num vídeo em conluio com um senhor que arranja aparelhos de televisão, de me dizerem em surdina: eu estou apenas de passagem pois nasci no planeta X, e qualquer dia mato a minha mãe. Insultos, por ser anticlerical, e anti uma série de coisas, das quais nem sequer tinha ouvido falar. Enfim a última foi de ser Portuguesa e como tal, ter pressa, e por existirem pessoas como eu, é que o País não sai da cepa torta, e finalmente de ser medíocre mas apesar de tudo isto ser muito simpática e gostarem muito de mim, claro que não dão oportunidade de articularmos duas sílabas, mas, mesmo assim conseguimos fazê-los com a nossa conversa perder preciosos minutos.
Ou eu me tornei no esgoto dos extraterrestres, ou na sua aspirina, ou estarei por ventura a tornar-me também extra terrestre e ainda não dei conta. Todos estes sapos, lagartos ou insanidades temos que os aturar de cara alegre, devido aos bons costumes e à nossa posição de prestadores de serviços. Estou firmemente convencida neste momento, que o mau humor geral é devido a esta invasão de extraterrestres que está a atacar o mundo inteiro, sim todas as notícias o dizem, estamos a ser atacados por alienígenas loucos, megalómanos, veja-se na Coreia, nos E.U.A., Iraque, Portugal onde eternos candidatos chegam a Primeiro-ministro, Primeiros-ministros que vão de férias em plena actividade parlamentar. Férias? Desculpem, agora enganei-me, só pode ser invenção pois não posso acreditar que o bicho Homem tenha chegado a tal estado de degradação e iniquidade. Bem, uma coisa é certa se o sonho comanda a vida, os políticos (esses com certeza Et's) do penico global só têm pesadelos...

terça-feira, 22 de abril de 2008

a verdade na mentira

Quando é que uma história deixa de ser história e passa a ser mentira?
Quando o meu filho era pequeno o pediatra explicou-me que quando ele dizia : não fui eu, foi o gato ( inexistente), estava apenas a dizer: gostava de não ter sido eu, gostava que tivesse sido o gato. Portanto não mentia, expressava apenas um desejo. Mais tarde as desculpas, serviam para ocultar um comportamento que sabia ser condenável, e apareceram histórias mirambulantes, mas muito bem estruturadas, com princípio meio e fim. Eram personagens fictícios, que arcavam com as culpas dos seus actos. A minha filha mais nova ao contrário em pequena, automaticamente assumia a culpa e descartava-se dela muito rapidamente dizendo: parti, paciência. Ou mesmo parti, mas não tive culpa, estava fora do sítio. Não era muito diferente, apenas a forma como expressava o seu desejo era diferente. E mais tarde as desculpas passaram a omissões, pois sem dúvida era menos imaginativa que o irmão.
Enquanto são crianças, conseguimos achar graça às histórias e ver o que está por detrás delas, mas a coisa piora nos adultos, pois como que por magia, passamos a ver nas histórias mentiras.
Por norma apartir de uma certa idade, as pessoas deixam de mentir e passam a assumir a responsabilidade dos seus actos... Será?
Gaita o copo escorregou-me das mãos! Chiça, isto não estava aqui há bocado! Quem deixou esta Porcaria no meio do corredor?
Ah, copo escorregador, que mania a destes copos. Ai, Ai, que podemos dizer destes objectos saltitões, que mudam de lugar conforme lhes dá na gana, e que dizer das porcarias que gostam de se atirar para os corredores?
Não é fácil pois não é humano, atirar com as culpas para cima do que seja, é humano errar e pôr os pés pelas mãos.
Desculpar uma mentira, isso é que é difícil. É muito difícil, pois rege-nos o medo que a mentira não seja apenas uma história, mas algo mais complexo, a ocultação de provas incriminatórias de actos inconfessáveis.
Vejemos: Hoje bati com o carro, distrai-me. Não é suficientemente digno.
versão dignificada: Imagina, que o Zé me ligou ia no meio do trânsito, e um idiota que vinha atrá de mim começa a buzinar, ultrapassa-me em grande velocidade e trava de repente na minha frente, claro que não tive tempo de travar, o Zé ouviu tudo.
Temos uma versão dignificada e com testemunhas, o que oculta?
Apenas uma distração, que poderá pensar a esposa ao saber a verdade, não me quis dizer porque estava distraído na conversa com a outra, ou coisas mais elaboradas ainda.
Passamos a vida a expressar o desejo de que tal ou tal não tivesse acontecido, e são poucos os casos em que a mentira é mais do que isso, mas como saber qual dos casos é? Não faço a menor ideia, mas uma coisa sei eu não minto desculpo-me é muitas vezes.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Confiar ou não confiar eis a questão!

Como é que é? Devemos confiar implicitamente numa pessoa ou não. À partida eu diria que sim, que devemos confiar, concerteza todos gostamos que confiem em nós, por isso como ponto de partida, a confiança é sempre uma aposta.
Mas...
Mas, se começamos a desconfiar, o que fazer? Como lidar com a desconfiança, que é um pequeno mal que se avoluma e cresce numa proporção assustadora, quase doentia.
Bom, eu sou a favor do confronto, sempre baseado em factos, no tira teimas, para mim não há nada melhor. É claro que corremos o risco de fazer uma triste figurinha, mas... ossos da desconfiança, mais vale do que ficar a roer e remoer.
90% das vezes chega-se a uma conclusão seja para um lado ou pra outro e podemos viver felizes ou infelizes, mas sem dúvidas.
Nos outros 10%, em que não se conseguem evitar dúvidas, bem, vejemos, ou o problema é real e estamos a lidar com alguém muito sabido , ou...
Analisemos:
1- será que o problema existe?
2- o problema existe e é nosso.
Confiar é por vezes difícil mas é necessário para construir seja o que for, a desconfiança é corrosiva e destroi num instante qualquer fundação por muito solida que seja.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ao meu Príncipe Adormecido

Dizem que o dormir alimenta. Espero que sim, que alimente o espirito daqueles que dormem, presos no sono da imutabilidade.
A ti meu pequeno príncipe, que por agora dormes nas teias da vegetabilidade, o que te desejo é um sono tranquilo sem sonhos maus. E que despertes para a vida sem mais consequências do que um sono reparador.
Ao acordares não mais esqueças que a vida é a cores, tecnicolor, os ecrans a preto e branco já não são do teu tempo, mas sim do meu, e até eu já os pus de parte há um milhão de anos.
Nem tudo corre bem, nem tudo corre mal as coisas correm e é tudo.
Se puderes, por favor acorda, porque a vida continuou