quarta-feira, 23 de abril de 2008

tristeza não tem fim, felicidade sim

Este poema é lindo, não é? Mas não é verdade!
Em primeiro lugar tudo tem fim, nada é eterno, só o tempo…
E mesmo assim sei lá, quem me garante que o tempo é o mesmo da época dos dinossauros? Aposto que ainda não tinham pensado nisso!
Pois é, a tristeza é como tudo, dura o tempo (cá está ele, o malandro) que nós quisermos.
Pode durar uma vida, uma hora um segundo, mas termina, ai termina sim senhor.
Como é que não deixamos que a tristeza tome conta do tempo que nos pertence? Sim o nosso tempo é nosso, é como um apartamento, loja ou seja lá o que for, convém pagar atempadamente e nunca fazer hipotecas senão, o que é nosso passa a ser emprestado.
Primeiro analisemos a causa da tristeza:
1-O safardana deixou-me trocou-me por outra(o), e eu nunca mais irei gostar de alguém assim!
Ora bem, trocar e deixar é típico dos safardanas, é mais ou menos um modo de vida, fique triste oito dias aproximadamente, não pelo safardana a ter deixado, mas por se ter deixado enrolar, depois sinta alegria e não volte a deixar-se enrolar por safardana nenhum.
2- Sinto-me deprimida, estou mais gorda, estou mais velha, nem me apetece sair da cama.
Os médicos existem, depressão é uma doença, envelhecer faz parte, aparte disso depois de verificar que a sua saúde está bem muito obrigada, sente-se triste? Ok, chafurde bem na tristeza, rebole-se nela, queixe-se ao espelho, ás vizinhas, à família, ao raio que a parta. Faça tudo a que tem direito, 15 dias mais ou menos. No final, olhe-se ao espelho e pergunte-se se realmente não está cansada de tanta parvoeira, se o lamurio não começa a dar-lhe cabo dos ouvidos. Está farta, não está? Então olhe-se novamente ao espelho, mas com olhos de ver, viu a diferença? A velha gorda do outro lado foi-se embora, cansou-se, ficou a mulher lindíssima no lugar onde sempre esteve coberta pela tristeza.
3- Morreu, a pessoa a quem mais amei, não vou conseguir ultrapassar nunca este desgosto.
Nunca pense que as pessoas são substituíveis, não são, por e simplesmente gente e lâmpadas não são a mesma coisa. Perder alguém é uma dor horrível devastadora, e é uma tristeza enorme pensar que nunca mais vamos poder tocar-lhe ou falar-lhe.
Esta tristeza não pode ser contabilizada, mas pode ser revertida, leva tempo, mas lembrem-se que esse tempo é o nosso, não é eterno.
Ter amado alguém cuja perda, nos causa tanta dor é admirável, ter sido amado assim em retorno, não há palavras. Quantos se podem gabar de ter tido essa experiência?
Eu que já passei por ela, digo-vos, sinto uma enorme alegria em ter sido filha, neta, sobrinha, amiga destes seres incríveis e maravilhosos que povoaram a minha vida, o sofrimento que sentia quando falava deles transformou-se em riso, gargalhadas até, e pensar neles traz-me um sorriso aos lábios. Tristeza? Não. Saudade? Sim!

Tristeza tem fim pois.

ETs e Afins

À laia de nota introdutória, direi que passamos metade, ou mais de metade da nossa vida a engolir sapos, cobras e lagartos ou seja lá o que for. Em inúmeras situações temos de nos confrontar com o grotesco, o caricato, ou mesmo com o que julgaríamos impossível: Extraterrestres.
O que chamo de extra terrestres são aqueles seres que por um equívoco da natureza nasceram na terra, mas que por certo pertencem a algum lugar desconhecido, que nem mesmo pertencem às rotas imaginárias da melhor e pior ficção científica. Há uns anos atrás a minha profissão obrigava-me a um permanente contacto com gente de toda a espécie e feitio, e nesses encontros imediatos surgem com repetida frequência seres extraordinários (alguns até mesmo ordinários), sou uma pessoa que por ferver em pouca água me habituei a um exercício mental de controlo e de moderação pois não posso perder as estribeiras. Mas sinceramente, aonde está o respeito, a educação, a tolerância? Essa pergunta traz-me de volta aos extraterrestres, não são de cá, é a minha conclusão, não é possível. Que mãe terá gerado tais seres?
Entre acusações de espionagem, sim, já me acusaram de espiar a casa de alguém através de uma câmara de vídeo oculta num vídeo em conluio com um senhor que arranja aparelhos de televisão, de me dizerem em surdina: eu estou apenas de passagem pois nasci no planeta X, e qualquer dia mato a minha mãe. Insultos, por ser anticlerical, e anti uma série de coisas, das quais nem sequer tinha ouvido falar. Enfim a última foi de ser Portuguesa e como tal, ter pressa, e por existirem pessoas como eu, é que o País não sai da cepa torta, e finalmente de ser medíocre mas apesar de tudo isto ser muito simpática e gostarem muito de mim, claro que não dão oportunidade de articularmos duas sílabas, mas, mesmo assim conseguimos fazê-los com a nossa conversa perder preciosos minutos.
Ou eu me tornei no esgoto dos extraterrestres, ou na sua aspirina, ou estarei por ventura a tornar-me também extra terrestre e ainda não dei conta. Todos estes sapos, lagartos ou insanidades temos que os aturar de cara alegre, devido aos bons costumes e à nossa posição de prestadores de serviços. Estou firmemente convencida neste momento, que o mau humor geral é devido a esta invasão de extraterrestres que está a atacar o mundo inteiro, sim todas as notícias o dizem, estamos a ser atacados por alienígenas loucos, megalómanos, veja-se na Coreia, nos E.U.A., Iraque, Portugal onde eternos candidatos chegam a Primeiro-ministro, Primeiros-ministros que vão de férias em plena actividade parlamentar. Férias? Desculpem, agora enganei-me, só pode ser invenção pois não posso acreditar que o bicho Homem tenha chegado a tal estado de degradação e iniquidade. Bem, uma coisa é certa se o sonho comanda a vida, os políticos (esses com certeza Et's) do penico global só têm pesadelos...

terça-feira, 22 de abril de 2008

a verdade na mentira

Quando é que uma história deixa de ser história e passa a ser mentira?
Quando o meu filho era pequeno o pediatra explicou-me que quando ele dizia : não fui eu, foi o gato ( inexistente), estava apenas a dizer: gostava de não ter sido eu, gostava que tivesse sido o gato. Portanto não mentia, expressava apenas um desejo. Mais tarde as desculpas, serviam para ocultar um comportamento que sabia ser condenável, e apareceram histórias mirambulantes, mas muito bem estruturadas, com princípio meio e fim. Eram personagens fictícios, que arcavam com as culpas dos seus actos. A minha filha mais nova ao contrário em pequena, automaticamente assumia a culpa e descartava-se dela muito rapidamente dizendo: parti, paciência. Ou mesmo parti, mas não tive culpa, estava fora do sítio. Não era muito diferente, apenas a forma como expressava o seu desejo era diferente. E mais tarde as desculpas passaram a omissões, pois sem dúvida era menos imaginativa que o irmão.
Enquanto são crianças, conseguimos achar graça às histórias e ver o que está por detrás delas, mas a coisa piora nos adultos, pois como que por magia, passamos a ver nas histórias mentiras.
Por norma apartir de uma certa idade, as pessoas deixam de mentir e passam a assumir a responsabilidade dos seus actos... Será?
Gaita o copo escorregou-me das mãos! Chiça, isto não estava aqui há bocado! Quem deixou esta Porcaria no meio do corredor?
Ah, copo escorregador, que mania a destes copos. Ai, Ai, que podemos dizer destes objectos saltitões, que mudam de lugar conforme lhes dá na gana, e que dizer das porcarias que gostam de se atirar para os corredores?
Não é fácil pois não é humano, atirar com as culpas para cima do que seja, é humano errar e pôr os pés pelas mãos.
Desculpar uma mentira, isso é que é difícil. É muito difícil, pois rege-nos o medo que a mentira não seja apenas uma história, mas algo mais complexo, a ocultação de provas incriminatórias de actos inconfessáveis.
Vejemos: Hoje bati com o carro, distrai-me. Não é suficientemente digno.
versão dignificada: Imagina, que o Zé me ligou ia no meio do trânsito, e um idiota que vinha atrá de mim começa a buzinar, ultrapassa-me em grande velocidade e trava de repente na minha frente, claro que não tive tempo de travar, o Zé ouviu tudo.
Temos uma versão dignificada e com testemunhas, o que oculta?
Apenas uma distração, que poderá pensar a esposa ao saber a verdade, não me quis dizer porque estava distraído na conversa com a outra, ou coisas mais elaboradas ainda.
Passamos a vida a expressar o desejo de que tal ou tal não tivesse acontecido, e são poucos os casos em que a mentira é mais do que isso, mas como saber qual dos casos é? Não faço a menor ideia, mas uma coisa sei eu não minto desculpo-me é muitas vezes.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Confiar ou não confiar eis a questão!

Como é que é? Devemos confiar implicitamente numa pessoa ou não. À partida eu diria que sim, que devemos confiar, concerteza todos gostamos que confiem em nós, por isso como ponto de partida, a confiança é sempre uma aposta.
Mas...
Mas, se começamos a desconfiar, o que fazer? Como lidar com a desconfiança, que é um pequeno mal que se avoluma e cresce numa proporção assustadora, quase doentia.
Bom, eu sou a favor do confronto, sempre baseado em factos, no tira teimas, para mim não há nada melhor. É claro que corremos o risco de fazer uma triste figurinha, mas... ossos da desconfiança, mais vale do que ficar a roer e remoer.
90% das vezes chega-se a uma conclusão seja para um lado ou pra outro e podemos viver felizes ou infelizes, mas sem dúvidas.
Nos outros 10%, em que não se conseguem evitar dúvidas, bem, vejemos, ou o problema é real e estamos a lidar com alguém muito sabido , ou...
Analisemos:
1- será que o problema existe?
2- o problema existe e é nosso.
Confiar é por vezes difícil mas é necessário para construir seja o que for, a desconfiança é corrosiva e destroi num instante qualquer fundação por muito solida que seja.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ao meu Príncipe Adormecido

Dizem que o dormir alimenta. Espero que sim, que alimente o espirito daqueles que dormem, presos no sono da imutabilidade.
A ti meu pequeno príncipe, que por agora dormes nas teias da vegetabilidade, o que te desejo é um sono tranquilo sem sonhos maus. E que despertes para a vida sem mais consequências do que um sono reparador.
Ao acordares não mais esqueças que a vida é a cores, tecnicolor, os ecrans a preto e branco já não são do teu tempo, mas sim do meu, e até eu já os pus de parte há um milhão de anos.
Nem tudo corre bem, nem tudo corre mal as coisas correm e é tudo.
Se puderes, por favor acorda, porque a vida continuou